Estereótipos: o perfil do estudante e a identidade da profissão


Não é incomum deparar com perfis ou comportamentos semelhantes ao observar os estudantes de um mesmo curso na faculdade. Pode ser pelo uso de algum tipo de instrumento de trabalho, como jaleco, no caso dos alunos de Medicina; uma câmera e microfone, com os jornalistas ou ainda uma calculadora científica nas mãos de algum aluno de Ciências Contábeis ou Administração. A semelhança pode ser encontrada também naquele estilo mais desleixado, associado à área de humanas; ou os meninos de óculos que com certeza são nerds de Ciência da Computação.

Mas, existe uma explicação para esse padrão no chamado de estereótipos dos cursos? No vídeo a seguir, alguns especialistas falam sobre essa padronização no perfil dos alunos.

O olhar sobre as pessoas

Foi realizada uma pesquisa com estudantes de diversos cursos da Fagoc para saber como eles veem os alunos das outras graduações. Durante as entrevistas, cerca de 55% disseram a palavra nerd ao se referirem aos alunos de Ciência da Computação. Um terço citaram o termo ricos quando foram questionados sobre os estudantes de Medicina. Expressões como “de bem com a vida” e “paz e amor” foram mencionadas sobre os alunos de Psicologia.

As cinco características mais citadas para cada um dos curso foram destacadas. Clique aqui e confira o resultado.

De acordo com o psicólogo e professor, Jefté Moares Souza, esse tipo de associação é explicado, na psicologia, pelo conceito de Heurística. É feito uma espécie de atalho mental, com base em determinados valores preconcebido, aplicado no julgamento de um indivíduo. “Normalmente, quando eu vejo algumas características que são comuns a um determinado estilo ou estratificação de população eu faço esse raciocínio rápido e chego à um conceito”, explica.

Clique aqui e veja a explicação do psicólogo na íntegra.

 

Ao final do conteúdo, os internautas puderam participar da enquente, respondendo se concordavam ou não com as características mais citadas para seu curso. Com mais de 40% dos votos, a opção "Sim, com a maioria das palavras" foi a mais escolhida. (Indicadores do dia 02 de dezembro de 2015).

 

De Petrópolis para Minas...de Jornalismo para Direito

 Depois de três semestre de Jornalismo, a estudante Mariana Cristina Mayworm ingressa em Direito. Ela admite que sofreu mudanças no vestuário e personalidade.

 

Nascida em Petrópolis, Mariana Cristina Mayworm enfrentou diversas mudanças que, segunda ela, impactou em sua personalidade e estilo. Aos 17 anos, mudou-se para Visconde do Rio Branco, cidade localizada na zona da mata mineira.

O primeiro desafio foi adaptar-se ao clima, que a fez mudar o vestuário e até comportamento. “Aqui, as pessoas andam com roupas muito curta por causa do calor e isso me assustou um pouco. Em Petrópolis, por ser muito frio, as pessoas andam muito cobertas”, conta.

Mariana ingressou no Jornalismo em agosto de 2013, quando ainda estava no ensino médio. Depois de três semestre, decidiu trocar de curso. Seu novo desafio era o Direito. Uma das adaptações na nova graduação também estão relacionadas ao modo de se vestir.

Mariana adotou algumas peças de roupa para poder se acostumar, uma vez que, pela profissão escolhida, deverá frequentar fóruns e tribunais. A aluna admite que, mesmo nas aulas, ela toma um cuidado maior na hora de escolher o look. “Você não é profissional só no trabalho. Tem roupas que eu usava no jornalismo que deixei de usar no Direito. Agora, no calor, eu opto por uma saia mais longa ou bermuda”, afirma.

A estudante diz ainda que teve mudanças também na personalidade depois de iniciar o novo curso. Ouça ao lado o depoimento de Mariana...

 

Toda regra tem exceção

“O estereótipo do curso não é uma regra absoluta”, é o que afirma o sociólogo Cosme Elias. De acordo com o professor, embora a faculdade exerça influência no perfil do estudante, ele tem autonomia de mudar seu comportamento. “Não se pode ficar preso a esse estereótipo”, conclui.

Clique aqui e veja o depoimento do sociólogo sobre o assunto.