UNIFAGOC
Comunidade Linux da FAGOC inicia projeto com software livre para hospitais
Publicado em 31/03/2005
por Developer Unifagoc

Os estudantes Felipe e Renato, líderes da Comunix
A Comunidade Linux da Faculdade Ubaense Ozanam Coelho, Comunix, começou 2005 com dois novos projetos: a distribuição FAGOX e o Projeto Software Livre para Hospitais. Este visa a criação de um software livre para o gerenciamento completo de hospitais, inteiramente gratuito, baseado em Linux. O objetivo dos estudantes coordenadores do projeto, Renato Reis Franco e Felipe Siervi Mendonça, é que a Comunidade se torne auto-suficiente e que possa continuar existindo, se tornando um apoio forte e de qualidade a todo o empresariado Ubaense e da região.
O projeto Fagox tem por objetivo ser uma distribuição local que atenda às necessidades em software livre na cidade de Ubá, e na região da Zona da Mata. De fácil adaptação, visa tornar tranqüilo o processo de migração de usuários acostumados com o Windows para a nova plataforma Linux. Recursos de fácil acesso e intuitivos que façam com que a experiência com o sistema Linux não seja nenhum bicho de sete cabeças para os iniciantes.
Segundo Renato Franco “a maioria das pessoas diz que o Linux sempre teve a fama de ser muito complicado e de difícil utilização. Que somente hackers sabem usar o Linux e que ele não serve para usuários comuns, somente para aplicações de servidoria. A comunidade Linux pretende mostrar que não é bem assim. Uma prova disso é justamente o FAGOX”.
Comunix: uma história de iniciativas estudantis
Criada em fevereiro de 2004 pelos dois estudantes de Ciência da Computação da FAGOC, com o apoio da coordenação do curso, a Comunix hoje é composta por treze membros efetivos que atuam em diversas áreas, desde programação até hardware, manutenção de computadores e migração de plataforma, prestando assessoria e serviços à comunidade a custo acessível.
Desde o 2º período do curso, os alunos Renato e Felipe já se interessavam pela tecnologia Linux e o conceito de software livre. Começaram então a pesquisar sobre o assunto. Foi daí que o estudante Renato Franco teve a iniciativa de fundar a COMUNIX, procurando a Coordenação do curso e dando início ao processo de criação. A faculdade cedeu um laboratório para o começo das pesquisas de aprendizagem da arquitetura Linux, culminando no aprofundamento e amadurecimento das técnicas de utilização da tecnologia por parte dos dois estudantes.
Desde então a COMUNIX ganhou forma, chegando a se tornar oficial em fevereiro de 2004. Desta data em diante os membros da comunidade participaram do Congresso Nacional do Software Livre, CONISLI (www.conisli.org.br). Iniciaram também contatos com o presidente da entidade, Ralf Braga e com Marcelo Barros, Assessor do Ministro da Ciência e Tecnologia e representante do Governo Federal pela divulgação do projeto de implementação do software livre no Brasil.
Aproveitaram a oportunidade para articulação de parcerias estratégicas com empresários de São Paulo, visando análise de mercado do software livre e viabilidade de uma empresa com softwares totalmente baseados em software livre. Este interesse é voltado para as possibilidades de se poder trabalhar com software livre na região.
Os Interessados podem entrar em contato com a Comunidade através do e-mail linux@fagoc.br ou pelo Web Site www.fagoc.br/Linux.
Saiba mais sobre softwares livres
Linux, uma palavra que vem sendo muito ouvida nos últimos anos e que sempre nos desperta curiosidade. Ouvimos essa palavra e sempre nos perguntamos, afinal de contas, o quê significa Linux? E também, juntinho a essa palavra, Software Livre. O que significa Software Livre afinal? Seria programa de graça? Mais ou menos isso. Linux é uma nova tecnologia de software criada por Linus Torvalds. Trata-se de um sistema operacional. Um conjunto de informações e instruções básicas que se torna à alma central dos microcomputadores. É sobre o sistema operacional que todos os demais programas rodam. Para entendermos melhor o que seria isso podemos dizer que o sistema operacional seria a cultura, o idioma e as regras sociais de uma sociedade. Onde os programas vivem trocando idéias entre si. Através de regras claras e de um idioma comum a todos eles.
Cada programa “conversa” com o sistema operacional pedindo a ele que faça alguma coisa acontecer. É ele que “fala” com o equipamento, o hardware, e o faz processar as informações devolvendo os resultados novamente ao programa. Sendo assim, o sistema operacional é a parte mais importante dos programas de computador. O sistema operacional é construído sob informações e instruções que permitem aos programas conversarem com os circuitos da máquina. E estes, por sua vez, com os programas. Corpo e alma em harmonia.
O Windows, sistema operacional mais conhecido e difundido pelo mundo entre os usuários de microcomputador, é a base para os programas existentes hoje. E por ser um software proprietário, ou seja, possui uma empresa que é dona de seus segredos e direitos, têm que ser comprado. Nisso, cada microcomputador adquirido, para estar legal frente à fiscalização, precisa, também, ter o sistema operacional comprado. Só o sistema Windows XP custa hoje algo entre R$ 560,00 a R$ 780,00, por microcomputador, dependendo da versão (Doméstica ou Profissional). Para se ter um processador de texto, planilha de cálculos etc, ou seja, para se poder trabalhar com a máquina, é preciso usar um sistema Office qualquer, um conjunto de ferramentas para escritório. Se for utilizar o Office XP, que é o programa padrão utilizado no mundo todo hoje, seu custo gira entre R$ 587,60 à R$ 780,00. Adquirindo-se o Windows XP mais o Office XP no valor mais baixo, ter-se-á um pacote de softwares básicos para se começar a trabalhar com um microcomputador num total de R$ 1147,60. Lembrando que esse custo é por máquina. O que significa que um escritório com dez máquinas, teria um custo de R$ 11.476,00 para poder estar 100% legal e operando dentro da lei. Outra coisa, a licença desses softwares tem uma duração de três anos. Após esse prazo é preciso readquirir as licenças. Caso um outro sistema operacional seja lançado pela Microsoft, empresa detentora do programa, será preciso readequar todo o parque de informática para as novas versões dos programas, isso se desejar utilizar essas novas tecnologias. Já o sistema Linux não custa nada. É inteiramente gratuito. E possui vários programas que fazem a mesma coisa que os programas proprietários da Microsoft.
O que isso significa? Significa que em termos econômicos, o país gasta uma fortuna só em licenças de software. Dinheiro este que poderia estar sendo melhor empregado em outras atividades, como pesquisa e desenvolvimento, por exemplo. Não somente o governo, mas também o empresariado nacional gasta muito dinheiro com aquisição de licenças. Com base nisso o governo nacional está implementando no país estratégias de migração de todos os órgãos públicos para passarem a trabalhar somente com programas gratuitos, os ditos Softwares Livres. Que não precisam ser adquiridos e que podem ser utilizados por qualquer um em qualquer parte do globo. Essa mudança no panorama geral da união vai permitir não somente a redução sistemática nos gastos com informática, bem como estimular uma nova safra de programas e oportunidades de negócio.
O governo federal vem estimulando a implementação de leis estaduais que facilitem a utilização do software livre no país. Exemplo disso pode ser encontrado em São Paulo, onde foi sancionada a lei que obriga os órgãos públicos do estado a trabalharem com esses programas alternativos. Licitações para desenvolvimento de programas passarão a exigir a criação de softwares livres de qualidade, gratuitos e que poderão ser usados, também, pelos usuários domésticos. Não serão mais adquiridas licenças proprietárias e todo o pessoal do setor público terá que ser treinado para utilizar a nova tecnologia. Cidades de Minas Gerais como Belo Horizonte e Viçosa já possuem leis de incentivo ao software livre.
Colaboração: Rodrigo Leite Gomide, 3º Período de Jornalismo FAGOC
