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Confira a entrevista com o cantor Humberto Gessinger
Publicado em 04/07/2015
por Developer Unifagoc
Em meio as comemorações pelos 158 anos de Ubá, estreia nos palcos da cidade carinho um gigante do rock tupiniquim. Humberto Gessinger (51) aporta por estas bandas trazendo na bagagem seu primeiro álbum solo "InSULar" (2013) e nada menos do que 30 anos de carreira.
O músico gaúcho concedeu entrevista ao Núcleo de Comunicação Fagoc e falou a respeito da expectativa para seu primeiro show em Ubá, carreira solo, relação com a literatura e planos para o futuro. Confira abaixo…
Núcleo de Comunicação Fagoc – Em uma postagem em seu Blog você destacou a importância de Belo Horizonte para a sua carreira. Qual é a sua relação com o estado de Minas Gerais e qual é a expectativa para sua apresentação em Ubá?
Humberto Gessinger – Já registrei em DVDs shows no eixo Rio/São Paulo e na minha terra, Porto Alegre. Eu devia à BH um registro lá depois de tantos anos de carinho incondicional. Só guardo boas recordações de um público muito caloroso em Minas Gerais e a expectativa é de mais (um público caloroso) em Ubá.
NCF – O que os ubaenses podem esperar de sua primeira passagem pela cidade? Você pode adiantar algumas músicas que vão estar no repertório?
HG – O DVD é a base do repertório. Tocaremos todas as músicas que estão nele, as gravadas no show de BH e as gravadas na serra gaúcha. Além dessas, rolam alguns clássicos da minha carreira. INSULAR marca meu retorno ao baixo e ao formato trio na estrada. Comigo, no palco, estarão Rafa Bisogno (bateria) e Rodrigo Tavares (guitarra) e a mesma estrutura de cenário e luz da gravação em BH.
NCF – Depois de quase dois anos de lançamento de "InSULar", como você avalia a importância deste CD em sua discografia?
HG – Fiquei surpreso com a rapidez com que o público recebeu as novas músicas. Talvez seja porque tenhamos, hoje, mais ferramentas para falar com o público. Eles acompanham todas as novidades de perto, todos ficam mais ágeis. Do ponto de vista das composições, não há ruptura com o que sempre fiz, só amadurecimento.
NCF – Qual o principal desafio da carreira solo, depois de uma longa jornada à frente do Engenheiros do Hawaii?
HG – É natural que a música rompa barreiras de tempo e espaço, mas às vezes a gente esquece disso, né? A sensação é a melhor possível, tocar para a galera de várias gerações nos quatro cantos do país. É o que me faz seguir na estrada. Sempre acreditei que minha trajetória tinha mais a ver com uma maratona do que com corrida de 100m. Um número maior de pessoas começa a entender qual é a minha onda… isso é muito bom.
NCF – A opção pela carreira solo é "desbravar" novas fronteiras criativas?
HG – Não mudei minha maneira de escrever, as canções do disco poderiam estar num disco dos Engenheiros do Hawaii. A principal diferença está nas participações, nas diferentes formações. Além de vários músicos gaúchos que admiro, participam do disco duas formações dos EngHaw: o pessoal que me acompanhou de 1996 a 2000 e de 2001 a 2008.
NCF – Existem planos para o lançamento de um segundo disco solo?
HG – Composição é um lance que não respeita calendário. Tenho escrito, mas ainda não estou pensando qual será meu próximo passo. No momento estou em turnê com o show do DVD inSULar ao vivo. Mais do que a ansiedade de lançar novos projetos, eu gostaria de ter todo o tempo do mundo para ver como as músicas, discos, livros e DVDs amadurecem, como eles se transformam com o passar do tempo.

NCF – Seja com os Engenheiros do Hawaii, no projeto Pouca Vogal ou em seu trabalho solo, qual característica você considera estar presente em todos os seus trabalhos? O que você considera ser a sua "marca registrada"?
HG – A gente amadurece, descobre coisas novas em cada show, eles nunca são iguais. Isso se reflete na nossa música. Minha escrita musical é o que une todos os capítulos deste livro. Sou muito mais feliz agora com minha arte e ofício. É um constante aprendizado, nenhum show é igual ao outro. Por mais que se ensaie é sempre uma primeira vez. Cada vez acredito mais na força e na importância da música feita com sinceridade.
NCF – Você sempre demonstrou intimidade com as palavras em suas músicas, habilidade que já lhe rendeu a publicação de cinco livros. Como anda sua relação com a literatura?
HG – Apesar de ser conhecido como músico, a palavra escrita é anterior à palavra cantada na minha vida pessoal. Escrevo há mais tempo do que canto. Então foi mais uma questão de me acostumar a lançar meus textos.
Humberto sobe ao palco às 23h30 no parque de exposições do Horto Florestal. A entrada é franca.
