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Educadora defende proposta de ampliação da carga horária no ensino fudamental
Publicado em 30/01/2007
por Developer Unifagoc
Na última terça-feira o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, anunciou o plano de eliminar o turno intermediário na rede municipal de ensino. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Educação, cerca de 100 mil alunos das escolas de ensino fundamental estudam no turno das 11 às 15 horas.
A eliminação do terceiro turno também deve alterar a carga horária, que será ampliada de quatro para cinco horas.
O UOL News conversou sobre o projeto com a educadora Guiomar Namo de Mello, que já foi Secretária Municipal de Educação de São Paulo e hoje é diretora da Escola Brasileira de Professores.
A educadora disse que há muito tempo havia a necessidade de eliminar o terceiro turno matutino, que possibilitaria ampliação do horário de aulas e criaria melhores condições de estudo.
“”Uma escola não pode funcionar em 3 turnos, o tempo útil de trabalho das crianças é muito curto. Fazendo uma análise rigorosa, com esta estrutura, cada criança tem no máximo 3 horas produtivas dentro da escola””, disse Guiomar.
Uma jornada de cinco horas possibilita a realização de um trabalho de 4 horas úteis com as crianças, com uma hora livre para entrada, saída e recreio. Para a educadora, este seria um tempo muito mais razoável para desenvolver um bom trabalho pedagógico.
Neste ano, pela primeira vez, a rede municipal de São Paulo será avaliada, medida que o resto do país já havia adotado há mais de 8 anos. Guiomar defende a avaliação bem como a certificação para professores, como acontece com médicos e advogados. “”A certificação zela pelo compromisso profissional, além de identificar as reais dificuldades e desafios dos professores. Só assim é possível criar soluções específicas para cada problema””, afirmou.
Ela acredita que a tão criticada progressão continuada não seja a grande culpada pelo fato dos alunos concluírem o ensino fundamental sem aprender. “”Não há um bom trabalho pedagógico na rede pública e os professores não são bem treinados, não adianta dizer que as crianças não aprendem porque a repetência foi extinta””, disse a professora.
Estender a jornada é importante, mas a educadora disse que é necessário um esforço conjunto de mudanças para conquistar resultados positivos no ensino público.
“”O currículo escolar tem que ser claro sobre o que a criança deve aprender até o fim de cada etapa de estudo. E o mais importante é dar condições de trabalho aos professores, o livro didático apenas não é suficiente, ele precisa de outras ferramentas à sua disposição para exercer seu papel de educador””, concluiu.
UOL NEWS – 25/01
