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Estágio cresce como opção de contratação

Publicado em 14/12/2006
por Developer Unifagoc

Com salários mais baixos do que os da maioria dos executivos e com grande disposição para o aprendizado e para a conquista de posições mais valorizadas dentro das empresas, estagiários e trainees servem como opção estratégica para que grandes grupos invistam em seu futuro operacional. Um número crescente de companhias tem realizado processos de seleção para os mais variados setores e o grande aumento da oferta de candidatos às vagas têm comprovado a elevada procura de universitários e recém-formados por promissoras ofertas no mercado de trabalho.

A IBM Brasil realiza processos de seleção duas vezes ao ano e, só em 2006, contratou 500 estagiários. Desde 1998, o grupo investe neste tipo de programa, conhecido como “Passaporte IBM”. Apenas em São Paulo, a empresa recebeu 15 mil inscrições e a maior oferta de vagas foi destinada às áreas de administração, economia e engenharia.

Benefícios

“Pagamos um salário maior para quem fala inglês fluentemente, assim como quem fala a língua no nível intermediário recebe maior bonificação que os que estão no nível básico. Além disso, oferecemos um curso de aperfeiçoamento àqueles com mais dificuldades, além dos tradicionais benefícios, como assistência médica e odontológica, seguro de vida e uma semana de descanso após um ano de trabalho, além da flexibilidade do horário”, conta Luciana Farisco, gerente de Talentos da IBM Brasil.

Além disso, há bolsas destinadas àqueles que cursam mestrado ou doutorado ao mesmo tempo em que atuam na empresa. Entretanto, a grande expectativa de todo participante, que pode permanecer por no máximo dois anos no estágio, diz respeito à sua contratação pelo grupo e as chances oferecidas pela IBM são altas, já que 40% dos participantes são efetivados. Para a escolha dos que mais se destacam durante o programa, a empresa investe na constante avaliação dos participantes do estágio.

“Temos uma forma de otimizar o aproveitamento dos estagiários, já que investimos no gerenciamento da evolução do programa, do aprimoramento do Inglês e dos conhecimentos adquiridos, para comparar com as vagas em aberto e proporcionar ao estagiário um lugar definitivo na empresa”, diz Luciana.

Motivação interna

Pioneira na contratação de trainees, a CSU CardSystem, administradora de cartões de crédito para terceiros, recebeu mais de 10 mil inscrições para seu primeiro processo seletivo. Com salários de R$ 3 mil, acompanhados de benefícios de executivos, o grupo está investindo nesta nova modalidade de funcionário para transformar e aprimorar a gestão interna da empresa.
“Temos uma preocupação muito grande em obter melhores profissionais para trabalhar conosco e dar uma ‘oxigenada’ na própria organização. Um trainee chega ao grupo com bastante conhecimento técnico e a vontade do profissional que está começando no mercado”, avalia Felipe Zogbi, superintendente de Recursos Humanos (RH).

Apesar do grande número de inscrições, a empresa abrirá vagas para no máximo 15 pessoas, que passarão metade dos dez meses de treinamento na área operacional e o tempo restante será destinado à convivência com diretores de diferentes áreas da companhia. A CSU optou por iniciar este tipo de programa apenas em São Paulo, para avaliar as falhas e os acertos obtidos, mas pretende expandir as vagas e os locais de atuação, no próximo ano.

Com um dos programas de estágios mais concorridos do País, por oferecer salários até R$ 1,4 mil para estagiários e de R$ 3,7 mil para trainees, a Unilever também aposta na seleção dos participantes para desenvolver os negócios da empresa.

Em 2005, 60% dos estagiários foram efetivados em posições de analistas e coordenadores e 10% dos foram aprovados no programa de trainees.

“Nossos trainees são jovens com potencial para crescer e se desenvolver na organização, tornando-se futuros líderes dentro dos negócios da companhia. Nosso programa permite que eles desenvolvam as habilidades técnicas e comportamentais, o que resulta na demonstração de respectivos potenciais”, comenta Ana Maria Giraldo, gerente de Desenvolvimento de Talentos da Unilever.
O programa de trainees da Unilever tem duração de três anos, período em que os aprovados são preparados para assumir um cargo de gerência na companhia. Atualmente, 90% dos trainees ficam na empresa.

A AmBev é outro grupo que recebe milhares de jovens e que oferece alguns dos mais atrativos benefícios aos seus estagiários e trainees. Neste ano, a companhia registrou um número recorde de inscrições para o programa de trainees: foram mais de 26 mil, a maior quantidade desde que o programa foi criado, há 16 anos. Um dos diferenciais do programa é que não há número definido de contratações, já que a AmBev convoca todos os candidatos que têm o perfil procurado pela companhia.

De 1990 até o atual momento, o programa já formou mais de 500 profissionais. No Brasil, dos 55 trainees que entraram na empresa nos últimos três anos, 53 continuam na AmBev. Nos outros países, durante o mesmo período, dos 68 trainees que ingressaram no grupo, 67 continuam. Além do presidente, Luiz Fernando Edmond, oito diretores ingressaram na companhia como trainees.

Para Elisabeth Furiati, gerente corporativa de Recrutamento e Seleção da AmBev, “o principal diferencial do Programa Trainee AmBev é que o ‘treineiro’ é considerado funcionário da companhia a partir do momento em que é selecionado. Ele passa a ser um funcionário da AmBev e fica no cargo de trainee durante 10 meses.

Após ser selecionado, o trainee não passa por nenhuma avaliação para definir se fica ou não no grupo ao término do treinamento de quase um ano. Ele é, sim, acompanhado de perto ao longo do treinamento e recebe feedback durante todo o período, mas com o objetivo de melhoria contínua, e não de aprovação”.

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