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Há lugar para a poesia no século XXI?
Publicado em 09/08/2006
por Developer Unifagoc
Muitos escritores, jornalistas amigos e parentes do poeta estiveram presentes. Mas será que ainda existe lugar para poesia no século XXI?
“Relíquias” não conta uma história. Conta várias. E faz isso de um jeito quase arrebatador, mesmo sem querer. Mesmo sem saber. Talvez pela simplicidade. Talvez pela complexidade do coração de um poeta.
Logo no prefácio, Rosalvo Braga, o maior contador de histórias do meu Aymorés, anuncia que “o que menos conta na poesia é o poeta”. Vou discordar, até porque sei que não vou ser retrucado.
Poesia não depende do tamanho. Não precisa ser rimada. Não deve ser contida, mas precisa de um poeta. A poesia é mais importante que a palavra. Sem a poesia nada existiria. Sem a poesia, o universo seria sem graça.
E a primeira impressão da poesia de Nicéas Vieira Azevedo é que ela entra pela sala e pela alma. Nicéia sabia que um poeta é contador de sua própria história, da história de sua terra, da história de sua saudade. Não acredita? Veja só:
“Aonde foram a pataca e o mil reis?
E também o cruzeiro e o cruzado?
O vintém, ninguém fala do coitado
E acabaram também os coronéis…”
Dá ou não dá saudade? Dá ou não dá vontade de escrever um verso, mesmo sem rima, mesmo sem musa? E não podemos ter medo de escrever feio, sem graça. Lembre-se que, talvez, até mesmo o mais lindo dos poemas já esteve rasurado. Afinal, o poeta se preocupa com o som da palavra. Ainda bem.
Não podia terminar sem elogiar a “orelha” da publicação, feita pelo Aloízio Tico-Tico Teixeira. Homem das letras e dos amigos. Mais de um do que do outro. Ainda bem também
A propósito, no evento de lançamento do livro Relíquias foram arrecadados R$400,00 com a venda de livros. O valor foi doado à Sociedade São Vicente de Paulo, entidade da qual o autor era um colaborador ativo.
Viva a poesia, portanto.
Raul Carneiro Filho
