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Ocupação feminina chega a 56% no Ensino Superior
Publicado em 06/03/2007
por Developer Unifagoc
As mulheres dominam hoje o ensino superior: representam 56% dos estudantes
de cursos de graduação presenciais, segundo o Inep (Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). É na academia, no entanto, que começa parte da diferença observada no
mercado de trabalho. A escolha de estudantes, por vezes, reforça a tradição
dos sexos em algumas áreas.
Engenharia é um dos exemplos. Apesar de ter havido um aumento no número de
mulheres matriculadas nessa graduação, áreas como aeronáutica e mecatrônica
continuam a computar índices inferiores a 6% de concluintes do sexo
feminino.
A de eletrotécnica teve 5,3% de concluintes mulheres no último censo
educacional. Pris- cilla Pimenta, 21, do terceiro ano, é uma das que
pretendem incrementar esse percentual.
A universitária diz não acreditar que enfrentará preconceitos na trajetória
profissional. Mas conta que já encontrou, algumas vezes, ofertas de estágio
que recrutavam somente estudantes do sexo masculino.“Quero crer que haja essa limitação porque o cargo exige força física”,
considera.
Graduada há dez anos em engenharia civil, Kelly Ferro, 32, também diz ter
encontrado anúncios com ofertas de estágio que restringiam a participação de
mulheres na seleção.
Afirma que o sexo foi o fator que a barrou em uma seleção durante a
graduação. “O entrevistador disse que não me deixaria sozinha em um lugar
cheio de homens”, lembra.
Sua trajetória mudou ao participar de um processo seletivo de uma firma de
engenharia que só recrutava mulheres.
Há dois anos, ela atua no departamento de engenharia de pós-vendas da
Tecnisa. “As mulheres têm mais habilidade nessa área”, assinala.
Ascensão
O ingresso das mulheres nas universidades, destaca a pesquisadora
da Fundação Carlos Chagas Cristina Bruschini, permite que as mulheres tenham
ocupações mais qualificadas. “Não há diferenças entre homens e elas em relação à produtividade. Estamos
na era do computador, não há mais necessidade de força física.”
Apesar de destacar o aumento da presença feminina em carreiras como
medicina, direito e engenharia, Bruschini ressalta que diferenças
históricas, como a desproporção salarial, “persistem e vão continuar”.
Jornal Folha de São Paulo
