UNIFAGOC
Procura-se líderes
Publicado em 13/08/2007
por Developer Unifagoc
Século XXI.
Era da informação. Um período de grandes avanços tecnológicos cada vez mais rápidos, cada dia mais surpreendente. Se pegarmos como referencial os últimos 20 anos veremos que são superiores em evolução aos últimos 60 ou 70 anos. Mesmo assim um desafio: cite um invento e seu inventor nestes últimos 20 anos. Não se surpreenda se não conseguir citar nenhum exemplo.
Na verdade são raras as alternativas. Mas se os últimos 20 anos foram tão prósperos em evolução e descobertas, porque não conseguimos citar nenhum ou quase nenhum exemplo no desafio acima? É porque hoje estamos na era das descobertas coletivas e não mais na era das descobertas individuais. A maioria das inovações estão vinculadas a nomes de empresas ou equipes. Hoje em dia, quando muito, se destaca o nome do líder do projeto. Ou seja, às vezes ouvimos no noticiário: a equipe do Dr. Fulano de Tal acaba de desenvolver um grande avanço …
Frente a este cenário fica a constatação da necessidade cada dia maior de líderes que gerenciem equipes para resultados. A parte mais importante do trabalho do líder é o grupo ou equipe.
É nela que está o sucesso ou fracasso de seu trabalho, pois cada grupo atua em função do tipo de liderança que tem. E verificamos que temos muitos chefes e poucos líderes. É mais do que evidente a carência de líderes na atualidade, por isto se faz urgente a necessidade de formação de novas lideranças que possam desempenhar bem sua função independente do grupo ao qual estejam à frente. E esta é a palavra: formação. Não existem líderes natos.
Líderes são forjados no preparo sistemático, no conhecimento firme e seguro, no saber consolidado, que visa, em última análise, o bem comum.
Então qual o verdadeiro papel do líder? Por mais que possamos citar várias respostas à esta pergunta a mais fundamental será: dar condições para o desenvolvimento máximo das potencialidades de sua equipe. Ora, o líder (ou gerente) deixa de ser avaliado pela qualidade de seu trabalho e passa a ser avaliado pela qualidade do trabalho dos outros. Um novo perfil gerencial esta se formando, onde o chefe não precisa ser necessariamente aquele que detém o maior conhecimento especializado, mas sim aquele que assume cada vez mais funções de coordenação com competência pessoal, fazendo com que cada colaborador atinja seu máximo potencial. Desenvolver pessoas é um ponto crítico que encontramos nas lideranças atuais. Em nosso trabalho de consultoria, quando da entrevista de colaboradores, temos verificado que a maioria das pessoas não sabem o que seus “chefes” acham de seu trabalho.
Não recebem um retorno (feedback) de seus superiores. Estes quando falam já é para demitir. Muitas vezes nunca permitiram ao funcionário saber o que estava fazendo errado e muito menos o que deveriam mudar. É tarefa do líder manter sua equipe capacitada, buscando treiná-la ou providenciar treinamento para ela.
Verificamos que gerentes e supervisores fogem cada vez mais de apontarem falhas ou pontos de melhorias em seus subordinados. Se sentem incomodados de falar destas coisas. É como se os outros tivessem que descobrir por si só e eles tivessem apenas que dizer: gostei ou não gostei.
Demitir e contratar é muito fácil. Difícil é desenvolver pessoas. É preciso orientar, treinar e aconselhar. Não é a toa que a palavra da moda em liderança é “coach”, ou seja, traduzindo para o bom português “treinador”. É mesmo como um técnico no esporte: orienta, treina, acompanha, mede resultados e dá retorno do que está bom e do que deve ser melhorado. É aquela figura ao lado do campo, quadra, pista, piscina e etc. que grita e apóia, que vibra com o bom resultado de seu atleta. Este é o perfil que hoje se cobra dos líderes.
Mas continuamos a ver mais chefes do que líderes. Estes dias alguém comentou que ouviu uma comparação bastante interessante sobre a diferença de chefe e líder. Dizia que se tivéssemos de fazer dois desenhos que representassem esta diferença em um teríamos uma pessoa (líder) puxando um grupo (equipe) e no outro uma pessoa (chefe) empurrando esse mesmo grupo.
A carência por líderes preparados para os novos desafios está em todas as áreas: política,saúde, empresas, esporte e etc. As empresas já descobriram que os resultados só são alcançados por meio de lideranças que realmente consigam gerar sinergia. Ou seja, consigam que o resultado do trabalho de sua equipe seja maior do que a soma do trabalho de cada um de seus integrantes. Em suma que 2 + 2 seja igual a 5. Não é por acaso que lideranças reconhecidas têm tido seu valor a peso de ouro pelas grandes corporações. Só que, embora em menores cifras, o mesmo acontece em todos os níveis de liderança. Não é preciso ser um presidente ou diretor de uma grande empresa. Supervisores, encarregados e coordenadores com excelência estão em extinção. Mas isto pode ser mudado. Lembro-me que há algum tempo atrás, um treinador havia convencido um de seus jogadores a assumir a lateral direita argumentando a carência de bons jogadores naquela posição. Com isso seria mais fácil chegar à seleção do que em sua posição original, meio campo, onde já haviam muitos craques.
Para ser líder é preciso assumir responsabilidades e riscos. Mas para quem enfrenta o desafio a recompensa é grande. Existe em todas as empresas uma placa que poucos enxergam. Nela está escrito em letras garrafais: PROCURA-SE LÍDERES. Esse é o seu lugar. Deixe de ser esconder ou deixe de ser chefe e passe a ser líder.
Não espere, faça melhorar!

Eduardo Santos (foto) é professor dos cursos de Administração e Jornalismo na Fagoc.
