UNIFAGOC
Sub-20 ou Sobre 40?
Publicado em 14/11/2006
por Developer Unifagoc

Primeiro dia de aula. O professor entra na classe e, logo na porta, esbarra com um senhor que tem a mesma idade ou talvez seja até mais velho do que ele. Seria um colega que se confundiu e entrou para dar aula na turma errada? Nada disso. Essa cena está cada vez mais comum. De acordo com a professora de Filosofia do curso de Comunicação Social da FAGOC, Maria do Carmo Melo, “o aumento é significativo. Percebo este aumento na turmas em que leciono”.
A professora tem razão. O número de alunos com mais de 40 anos nas faculdades brasileiras quase dobrou do ano 2000 para 2004, segundo os Censos da Educação Superior divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). “Há dois anos atrás, quando entrei na FAGOC, o número de pessoas com mais de 40 anos era muito menor”, diz Lívia Dias, aluna do 6º período de Ciência da Computação.
Grande parte das pessoas que retornam às Instituições de Ensino são profissionais que não conseguiram terminar uma faculdade quando eram jovens por falta de tempo ou dinheiro.
Há também, pessoas que já estabilizaram financeiramente, e vêem o curso superior como uma realização pessoal.
É o caso do estudante de Comunicação Social Luiz Carlos de Paiva (foto acima), de 46 anos, que vê a faculdade como um novo desafio em sua vida. Perguntado sobre seu relacionamento com os colegas de classe, Paiva disse que nunca se sentiu excluído, pelo contrário, foi muito bem recebido. “Tinha receio de ser excluído, mas não fui”, desabafa Paiva.
A aluna Neilane Biscotto, 21 anos, futura Jornalista, tem uma história acadêmica um tanto quanto diferente. Seu pai, Ney d’Avila, 52 anos, estuda na sala ao lado a sua. Ney faz Administração, e disse que se sente jovem vindo para a faculdade todos os dias com sua filha. Neilane apoia o pai. “Dou força para ele. Todo mundo deveria continuar estudando se tivesse oportunidade”.
Questionada sobre o convívio com pessoas mais velhas, a aluna de Comunicação, Camila Neves (foto abaixo) se mostrou bastante satisfeita: “Há constantemente uma troca de experiência. Acho muito interessante sabermos lidar com as diferenças, sejam elas quais forem. ”

Débora do Valle – 2° período Jornalismo
anf@fagoc.br
