Um ano sem Antônio Marcos

Publicado em 19/05/2006
por Developer Unifagoc

Faz um ano. Em 19 de maio do ano passado perdíamos o professor Antônio Marcos, morto num acidente de trânsito, quando vinha ministrar mais uma aula na Fagoc. Naquela quinta-feira, esperávamos pelo professor que nunca havia se atrasado. Fomos sendo informados aos poucos sobre o que havia acontecido. Ficamos sabendo que ele tinha se envolvido em um acidente e, só mais tarde, é que chegou a notícia de sua morte. Fui juntamente com duas colegas até o hospital, ainda na esperança de que haveria algum engano e que ele pudesse estar vivo. Parece que foi ontem! O tempo passa rápido, a saudade é que insiste em permanecer.

Durante três meses, ficávamos todos esperando a quinta-feira chegar. Era o dia em que tínhamos aula de bom humor e otimismo. Era a aula de telejornalismo, com Antônio Marcos.
Lembro-me bem dessas aulas. No primeiro dia, o professor contou sua história desde quando sonhava ser jornalista esportivo até chegar a TV Panorama. Falou ainda um pouquinho sobre a história do ciclista americano Lance Armstrong e no final da aula disse que queria nos ensinar tudo o que tinha aprendido e que deveríamos sonhar para chegarmos longe.

Aprendemos muito com Antônio Marcos, todos os dias ele trazia exercícios diferentes e dizia “é pra já, eu quero pronto agora”. Produzimos muito com ele, mas o que marcava as aulas era a descontração e as brincadeiras. Um dia ele ficou um tempão na minha frente tentando puxar um botão da câmera, não parou até eu perguntar o que ele queria fazer, então ele muito sério me pediu ajuda, “olha aqui. Está escrito para puxar, mas não funciona. Tenta aí?”, olhei e era uma pegadinha, estava escrito “push” e ele queria que eu puxasse para me pegar. Nessa eu não caí.
Outra coisa que lembro é da única bronca que ele deu. Foi uma só, mas também não precisou de outra. Antonio tinha pedido que em grupos escrevêssemos roteiros de um vídeo institucional e ninguém escreveu. Ele ficou muito chateado disse que pensava que nós queríamos aprender e que não esperava que nós fôssemos tão desinteressados e cancelou o trabalho. Tentamos pedir para que ele estendesse o prazo e ele não aceitou. Nunca mais deixamos de fazer os trabalhos de Telejornalismo.

A última aula que tivemos foi diferente apesar de todo o carinho e das brincadeiras de todas as outras, aquela foi especial. Nesse dia, depois de corrigir o texto, ele acompanhou, uma a uma, todas as gravações e conversou com todos os alunos. Primeiro queria saber se tínhamos algum problema em casa. Depois, lembrou de nossas gravações e disse em que melhoramos e em que ainda precisávamos melhorar. Eu fui o último a entrar no estúdio, e pude ver alguns de meus colegas saírem de ânimos renovados. Infelizmente não tivemos nem tempo para agradecer.

Antônio Marcos faz muita falta, ele dividia com a gente todos os nossos sonhos. Para sempre vou lembrar dele com carinho. De certa forma, ele ainda permanece vivo nas lembranças e nos sonhos que temos. Que ele esteja em um bom lugar.

Matheus Fernandes Teixeira