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Como lidar com a pressão e ansiedade antes do vestibular de Medicina?

Publicado em 18/09/2025
por Goya Conteúdo Agência

Jovem sorridente estuda ao ar livre, escrevendo em um caderno sobre a mesa com livros e laptop abertos.

Passar no vestibular de Medicina é o sonho de muitos estudantes brasileiros, na mesma medida em que é um dos maiores desafios acadêmicos no Brasil. Isso porque, além da concorrência, a expectativa de aprovação, somada à carga intensa de estudos, pode gerar altos níveis de pressão e ansiedade

Mas como diferenciar o nervosismo natural de uma ansiedade prejudicial? Como organizar a rotina de modo que não prejudique a saúde mental? E, principalmente, como lidar com essa pressão pré-vestibular? 

Para falar um pouco sobre o assunto e trazer algumas orientações para os estudantes que vão prestar Medicina, convidamos o Dr. Alex Fabrício de Oliveira, Médico pela UFJF, psiquiatra pela UFRJ, mestre em filosofia pela UNESP, Professor e coordenador das disciplinas de Saúde Mental I e II e do Internato de Saúde Mental do curso de Medicina do UNIFAGOC

Segundo o professor, um dos pontos mais importantes é o equilíbrio. Manter uma rotina equilibrada de estudo, sono, lazer e autocuidado é fundamental para atravessar essa fase de forma mais saudável. 

“Pequenos atos de autossacrifício, como restringir um sono ou dormir pouco, uma ou duas noites, às vezes antes de provas, ou porque você teve um problema familiar ou porque teve uma doença, o organismo [até suporta]. O corpo humano e a mente humana dão conta de estressores agudos, mas se esses estressores se tornam crônicos a pessoa certamente vai perder a sua capacidade de adequado enfrentamento”, pontua o professor.

Para ajudar a trilhar esse caminho pré-vestibular, este conteúdo do UNIFAGOC traz orientações do Dr. Alex Fabrício de Oliveira para auxiliar os alunos a lidarem com a ansiedade e transformarem a preparação em uma experiência mais saudável. Confira!

Importância de uma boa preparação para evitar pressão e ansiedade

Um dos pontos mais importantes de destacar é que a falta de preparo é um dos fatores que mais intensificam a insegurança dos estudantes. Por essa razão, é fundamental que os alunos consigam organizar a rotina, combinando os estudos e o bem-estar físico e mental. 

“A falta de estudo tende a deixar o estudante mais ansioso, mais inseguro, correndo ameaças de reprovação. Então, isso com certeza pode aumentar a ansiedade em momentos específicos do ciclo acadêmico e o excesso de estudo também, porque ele tende a gerar a falta de descanso na pessoa. E com isso a pessoa começa a ter um desequilíbrio entre demanda e eventos que repõem e restauram a sua energia”, explica. 

Nesse sentido, o professor orienta que o estudante deve buscar equilíbrio dentro de suas possibilidades, considerando que o próprio processo acadêmico deve estabelecer um nível de cobrança e um volume de conteúdo compatíveis com a realidade de cada aluno. 

Sono, hobbies e relações: aliados no equilíbrio emocional

Há técnicas diversas de relaxamento. No entanto, os próprios hobbies e exercícios físicos podem ser grandes aliados no processo de alívio da pressão e ansiedade antes do vestibular. 

Existem técnicas de relaxamento, programas de mindfulness e outros modelos de práticas integrativas. Mas também, a partir dos próprios exercícios físicos [é possível aliviar a pressão e ansiedade]. Cultivar prazeres e hobbies são coisas simples que o estudante pode fazer no dia a dia e que tende a ajudar principalmente naquela ansiedade que não chega a ser patológica, porque a patológica provavelmente vai precisar de algum tipo de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico”, orienta o professor. 

Desse modo, dedicar tempo a hobbies e atividades físicas, e cultivar relações pessoais são fundamentais para regular emoções e reduzir a ansiedade nesse processo pré-vestibular. Ou seja, no cronograma do dia a dia, essas ações e práticas devem estar incluídas. E o professor reforça que hobbies e relações pessoais contribuem significativamente para a saúde mental.

“Todas essas são estratégias de estilo de vida que tendem a reduzir sinais de ansiedade e de depressão. Todas elas são indicadas. [Mesmo] quando a pessoa está em um nível de ansiedade que é um incômodo, mas ainda dentro do normal, essas atividades também são uma forma coadjuvante de tratamento. Porque quando a pessoa tem uma ansiedade patológica, ela precisaria juntar [essas atividades] a outros recursos profissionais”, fala.

Além disso, o sono também é um ponto-chave para um bom desempenho – seja nos estudos ou no próprio vestibular. Segundo alerta o professor, dormir é fundamental para a regulação emocional. 

O Dr. Alex Fabrício de Oliveira destaca que, com a redução do tempo de sono da sociedade nas últimas décadas, há um impacto direto na capacidade de controlar emoções, embora muitas pessoas ainda subestimem a importância de dormir adequadamente.

“A maioria de nós acha que dormir é perda de tempo, mas ele é absolutamente essencial. […] O sono é bastante importante para essa regulação emocional e para o bom desempenho acadêmico, já que é no sono que a gente consolida o nosso aprendizado. E se a pessoa perde essa consolidação, mais aflita e ansiosa, ela ficará, entrando em um ciclo vicioso”, fala o professor. 

Ele também destaca a importância de controlar o uso de tecnologia à noite. Para dormir melhor, de acordo com o Dr. Alex Fabrício de Oliveira, precisamos lidar com os smartphones e restringir o uso de “conteúdos infinitos” até tarde, que prejudicam a qualidade do sono e, consequentemente, o equilíbrio emocional.

Ansiedade além do nervosismo: sinais, prevenção e busca por ajuda profissional

É natural sentir ansiedade antes de provas importantes, mas quando ela passa a atrapalhar a rotina, causando sofrimento, insônia, irritabilidade constante ou queda no rendimento acadêmico, é hora de procurar ajuda. 

O professor Dr. Alex Fabrício de Oliveira alerta que, muitas vezes, os estudantes mantêm suas notas mesmo sob grande sofrimento, mas isso não significa que estejam bem. 

“A ansiedade deixou de ser normal e se tornou prejudicial se a pessoa tiver uma disfuncionalidade considerável ou um sofrimento considerável. Uma disfuncionalidade significa que está atrapalhando as rotinas da pessoa e sofrimento significa que a pessoa até consegue fazer as suas rotinas, mas agora com muito mais peso, ou aquilo acaba contaminando outras áreas da vida dele”, fala o médico. 

No contexto acadêmico, o aluno pode começar a reparar em situações que podem significar uma ansiedade além do nervosismo, como errar questões que ele normalmente não erraria, marcar o gabarito errado ou mesmo identificar uma perda do rendimento provas, como explica o Dr. Alex Fabrício de Oliveira.

Mas além desses, outros sinais de disfuncionalidade incluem a falta de energia para prática de atividades físicas ou falta de contato com familiares porque o estudante sente que está cansado o tempo inteiro. Se isso se tornar recorrente, o professor indica que deve ser um sinal de alerta. 

Ele reforça que sobrecarga prolongada, preocupações excessivas, estresse crônico ou sinais físicos persistentes, como palpitações, insônia e sudorese, são motivos para buscar acompanhamento psicológico ou psiquiátrico.

“Quando a pessoa percebe disfuncionalidade nos estudos ou em sua vida pessoal, entende que suas atividades estão sendo restringidas pela falta de energia ou por pensamentos pessimistas. Às vezes, seu contato social já está desgastado devido à impaciência. Mesmo que o incômodo seja moderado, se ele se mantém por muito tempo, também é um motivo para procurar um profissional. Muitas vezes, as pessoas só reconhecem a necessidade de ajuda quando já apresentam sinais físicos de que algo não está bem”, fala o professor. 

Ele lembra também que, em casos mais graves, transtornos mentais moderados a graves podem levar à reprovação, mesmo em estudantes com histórico de bom rendimento, sendo mais frequente na depressão do que na ansiedade. Mas, com o acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico, o aluno consegue ter uma melhora significativa no desempenho acadêmico.

“Se a pessoa tem uma melhora no seu seus desgastes corporais como uma melhora do sono, melhora das tensões musculares e das dores, uma melhora desse padrão de pensamentos que nós chamamos de pensamentos catastróficos, uma melhora do seu padrão emocional de irritabilidade e de desesperança, ela volta ter um funcionamento mais adequado e, portanto, ela volta a ter um desempenho acadêmico mais adequado em situações graves”, afirma. 

O professor também alerta sobre o uso inadequado de estimulantes, como Ritalina e Venvanse, amplamente utilizados de forma abusiva por alguns estudantes. Ele ressalta que essas substâncias tendem a aumentar a ansiedade sem melhorar o desempenho acadêmico, acumulando sofrimento sem benefício real.

“Uma última dica é procure o tratamento psicológico ou psiquiátrico para lidar com a ansiedade e, portanto, melhorar o desempenho acadêmico por melhoria da ansiedade em vez de procurar de abusar de anfetaminas, como o famoso Venvanse ou a Ritalina, que são usados de uma forma absolutamente abusiva por um número muito grande de estudantes. Tem alguns estudos nossos [do Unifagoc] feitos nesse sentido. E essas medicações tendem a aumentar a ansiedade sem aumentar o desempenho acadêmico, ou seja, a pessoa só acumula sofrimento sem melhorar em nada as suas notas”, conclui.

E o que o estudante deve ter em mente?

Muitos candidatos acreditam que estudar 12 horas por dia é o único caminho. Mas o excesso pode ser prejudicial e só piorar a pressão e ansiedade. 

Por isso:

  • Monte um cronograma de estudos realista;
  • Inclua pausas regulares;
  • Reserve tempo para hobbies (música, leitura, séries, esportes);
  • Mantenha contato com amigos e familiares, visto que o suporte social é um fator de proteção emocional;
  • Tenha atividades físicas na rotina;
  • Aposte em técnicas de relaxamento; 
  • Pratique a simulação com provas antigas, para treinar resistência e confiança;
  • Durma bem na véspera (como vimos com o professor Alexandre, o sono é determinante para um bom desempenho).

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